A despedida

Hoje vamos contar mais uma história narrada por nossas leitoras.

O fato de hoje acontece na década de 70 , é noite de inverno.

Vamos chamar a nossa leitora de hoje de Diná .

Diná me enviou um email contando sua experiência quando ainda era adolescente .

Vamos ao relato de Diná

– Eu morava no interior do Rio grande do sul , fazia muito frio , nos dias assim, minha avó acendia o fogão a lenha. Naquela noite , lembro bem , o vento estava mais forte .Na panela de pressão havia uma sopa saborosa que meu avô fez . No interior , o hábito de dormir cedo era normal ,então,após a janta , eu fui me recolher.

– Eu estava com 16 anos , era miudinha , pele bem alva e longos cabelos loiros . Vesti minha camisola e deitei nas cobertas macias que vovó sempre lavava com cheirinho de amaciante .

– A vida no interior era tranquila , quando dormia , eu podia ouvir o barulho dos pássaros , o vento forte que batia na janela e os uivos dos cachorros lá fora .

– Naquela noite , eu adormeci cedo , pois o frio estava de cortar , mas em uma certa hora,precisamente , às 15:00 horas , eu levantei e desci até a cozinha para buscar um copo de leite quente. Pude observar pela janela as árvores imensas balançando .

– Após aquecer o leite , eu sentei em frente ao sofá da sala , bebi o leite calmamente , de repente , ouço um barulho . Abri a porta , olhei e nada vi .Fechei a porta , lavei a xícara e a coloquei na pia .

– Mas aquele barulho novamente, olhei pela janela e vi um rapaz acenando para mim . Bom , pensei : deve ser algum forasteiro que se perdeu , havia muita gente que viajava por aquelas redondezas .

– Ele parecia tranquilo , um moço moreno , cabelos pretos , estatura alta , vestia um terno preto . Ele balançava a mão acenando para mim . 

– Acendi a luz e abri a porta , perguntei ao moço se ele estava perdido ,mas não vi nenhuma reação da parte dele .Então , aproximei-me , ele estava parado em frente a uma grande figueira que tínhamos . Consegui ver melhor o seu semblante tranquilo,já que, a luz da lua refletia em seu rosto .

– Ele perguntou o meu nome , e eu respondi : Diná .

– Aproximando – se mais da árvore que estava ali , o moço disse a mim : eu me chamo Erick , prazer senhorita .

– Senti o seu perfume quando batia o vento , era um aroma suave

e delicado . Despedi-me do rapaz e entrei para casa .Confesso que olhei pela janela para ver se ele ainda estava ali , mas já havia sumido . 

No dia seguinte

– O dia amanheceu frio , parecia mais frio que o dia de ontem.Desci as escadas e vi minha avó aos prantos com o telefone na mão. Perguntei ao meu avô o que aconteceu , e ele respondeu a mim : seu primo faleceu , aquele que estava viajando para concluir a faculdade de direito . 

– Na hora , eu não lembrava do meu  primo ,pois quando ele foi embora , eu ainda era criança .

– Minha avó muito triste entrou no carro para irmos ao velório do meu primo , eu fiquei chateada com a notícia,apesar de não conhecê-lo .

– O velório já estava acontecendo desde a madrugada , mas resolveram avisar a meus avós pela manhã. Eu me aproximei do caixão , senti um perfume que parecia reconhecer , olhei atentamente para aquela pessoa que ali estava , eu vi , nitidamente , o mesmo rapaz da noite anterior.

– Fiquei arrepiada , olhei ao redor , senti meus olhos escurecerem e minhas pernas ficarem bambas . Juro que precisei sentar amparada pelo meu tio . Olhei para ele e perguntei : qual o nome do meu primo que eu não recordo ?

– Meu tio olhou-me com seus olhos azuis lacrimejando e respondeu a mim : Erick .

Daquele dia em diante, eu nunca mais desci para tomar leite na madrugada .

Esse foi o relato da leitora Diná , ela nos conta esse fato que aconteceu quando era menina .

E você , tem algo para me contar ?

Envie a sua mensagem , vou adorar relatá-la .

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