Artes integradas na zona oeste do Rio .

Projeto “Happy Hour” chega à sua 4ª edição promovendo eventos de artes integradas na Zona Oeste do Rio
A entrada é solidária com 1 kg de alimento não perecível e acontece na Casa Bosque, em Campo Grande
A prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Integração Metropolitana e do programa Integra Rio, apresenta o “Happy Hour”, que retorna em 2024 para fortalecer e dar visibilidade a artistas periféricos da Zona Oeste e Baixada Fluminense. O projeto de artes integradas, que começou em 2019 no Coletivo Casa Comun, já movimentou mais de 75 artistas locais e se prepara para realizar dois novos eventos na Casa Bosque, em Campo Grande, nos dias 22 de novembro e 13 de dezembro.
Desde a sua criação, o “Happy Hour” se tornou uma plataforma essencial para artistas fora do eixo hegemônico da cultura. A primeira edição realizou 6 eventos que envolveram mais de 20 artistas das regiões, e, embora inicialmente produzido de forma independente, contava com contribuição consciente do público, revertida integralmente para os artistas participantes. Durante a pandemia em 2020 e 2021, os coletivos envolvidos buscaram formas de continuidade para o projeto, conseguindo retomar em 2022 com o apoio do edital FOCA (2021) da Secretaria Municipal de Cultura – SMCRJ, que permitiu a realização de 6 eventos, garantindo cachês para 30 artistas e equipe de produção. Em 2023, mais 8 eventos foram realizados, com a participação de 25 artistas, pelos editais FOCA (2022) e Juventude Inovadora, da Secretaria Especial da Juventude Carioca – JUVRio.
Com uma programação diversa, o evento promove encontros entre música, performance, artes visuais e cinema, criando uma experiência artística interdisciplinar e inovadora. Nesta edição, serão contemplados 12 projetos de artistas periféricos da Zona Oeste e Baixada Fluminense, sendo 6 musicais (4 bandas e 2 DJ’s), 2 de artes visuais, 2 de performance e 2 curtas-metragens para exibição. Cada evento contará também com uma feira que contemplará 8 empreendedores e artesãos locais.
Exposições e muita música
No campo das artes visuais, no dia 22/11 a artista Jubs apresenta a exposição “Ecos de Mim e do Mundo” que apresenta autorretratos e narrativas sobre a vida no subúrbio carioca. As atrações musicais são: Capelloni, artista que mistura música preta brasileira e performatividade para criar uma experiência que reflete representatividade negra e LGBTQIAP+. Luan Villanova, com seu repertório autoral, compartilha as vivências de quem cresceu nas ruas de Campo Grande. GABZI, DJ negra e LGBT, promove sets que celebram a diversidade e geram uma conexão única com o público.
Já no dia 13/12, Khaos traz a exposição “Entre o Sagrado e o Cotidiano” que apresenta uma reflexão sobre a mulher negra e trans, celebrando a resistência e beleza do dia a dia. Na música, Eros 021 traz seu rap influenciado pela realidade carioca, com rimas e reflexões do seu álbum Bênção. Ondapesa mistura eletrônica, rock e bass music para criar um espetáculo com frequências graves e ritmos urbanos. Akasama, DJ autodidata, compartilha sua energia nas pistas com sets que são uma fusão da música da Zona Oeste.

Performances
No dia 22/11, Amanda Fersi, atriz, dramaturga e produtora, apresenta a performance “Vento que me rasga carne”, que aborda a vulnerabilidade humana através da metáfora da casa, explorando questões como inseguranças, traumas e relações familiares. A peça propõe uma jornada de autoaceitação e transformação pessoal, utilizando técnicas de Butô e elementos de Grotowski.
Já no dia 13/12, Samara Mendes, artista independente da Baixada Fluminense, explora o corpo como forma de expressão artística e social, abordando temas de identidade e resistência com a performance “Cormo Limite”.

Curtas-metragens
No dia 22/1, Gisele Ferreira, com o curta-metragem “Sangue entre as pernas”, narra a história de quatro mulheres conectadas pela experiência do sangue e da feminilidade. A produção, que envolveu mais de 40 mulheres de diversos bairros do Rio de Janeiro, revela e desconstrói estereótipos sobre o feminino, trazendo à tona questões como a menarca, a perda da virgindade, o aborto e o parto. O curta reflete sobre a justiça reprodutiva e a importância das vivências femininas.
Já no dia 13/12, Capelloni, com o curta “Para que lembrem de mim”, conta a história de Alzira, uma mulher sábia da Baixada Fluminense que preserva a tradição das rezadeiras populares. O filme destaca a importância dessa herança cultural afrobrasileira, mostrando o valor do conhecimento ancestral e a preservação de tradições em tempos de modernidade.
Curadoria de artistas
Realizado pelo Coletivo Espiral, em parceria com a Casa Bosque e a Meio Fio Galeria, o projeto abriu uma convocatória para seleção dos artistas e expositores via redes sociais com inscrições, reafirmando o caráter democrático e inclusivo da iniciativa. Além disso, o ingresso será solidário (1kg de alimento não perecível), com os alimentos arrecadados sendo doados para o Instituto As Josefinas Colab, um negócio de impacto social dedicado à cultura negra e à defesa de valores ancestrais. O evento também se preocupa com a sustentabilidade, substituindo copos descartáveis por eco copos, com o objetivo de reduzir o consumo de plástico de uso único durante os eventos.
SERVIÇO:
Data: 22 de novembro e 13 de dezembro
Local: Casa Bosque, Estrada da Caroba, 499 – Campo Grande, Rio de Janeiro – RJ, 23085-590
Horário: 18h
Entrada: 1kg de alimento não perecível
Instagram: @coletivo_espiral
Ingressos: https://linktr.ee/coletivo_espiral

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