Cinquenta e sete apresentações integram a segunda edição do festival, com destaques para o show infantil de Lilica Rocha e peça teatral da atriz Edvana Carvalho, que iniciam a temporada de verão do projeto
Finalizar o ano com uma variedade de atividades artísticas é bom, mas começar um novo ciclo com artes pipocando em vários cantos da cidade é ainda melhor. E será dessa forma que os soteropolitanos e turistas iniciarão 2025 em Salvador, com a continuidade da programação da segunda edição do Curto Circuito das Artes. Entre 8 de janeiro (quarta-feira) e 16 de fevereiro (domingo), o festival promoverá, de forma gratuita, em seis espaços culturais, uma mostra de 15 espetáculos de música, dança, circo e teatro que alegrarão não só o verão dos adultos como também da criançada.
No dia 8 de janeiro, a temporada de verão do Curto Circuito das Artes será aberta em grande estilo. O público poderá conferir o show “Baba Yaga”, da cantora mirim Lilica Rocha, às 16h, no Teatro Gregório de Mattos, e a peça “Aos 50 quem me aguenta”, da atriz e escritora baiana Edvana Carvalho, às 19h, no Espaço Cultural da Barroquinha. Entre um espetáculo e outro, dá pra conferir a exposição “Plantações de Autoestima”, dos grafiteiros Sagaz & Pepino, em cartaz na Galeria da Cidade, além de curtir performances de outros artistas que realizam Residências Artísticas no Curto Circuito.
Realizado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Prefeitura de Salvador), em parceria com a Funarte, do Ministério da Cultura (Governo Federal), o Curto Circuito das Artes ocupa e dinamiza 10 espaços culturais de Salvador entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025 com uma programação vibrante e diversificada. O objetivo é movimentar a cena cultural da cidade com espetáculos, exposições e residências artísticas que promovam inclusão, diversidade e acesso à cultura. A iniciativa busca envolver e inspirar o público de todas as idades, fortalecendo a conexão com as artes de maneira autêntica e transformadora.
Segundo o idealizador do Curto Circuito e diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da FGM, Chicco Assis, as atrações de janeiro e fevereiro vão aquecer ainda mais o verão da capital baiana, ocupando todos os espaços da Fundação Gregório de Mattos espalhados pela cidade: do Quarteirão das Artes aos Espaços Bocas de Brasa, do Centro à Valéria, de Cajazeiras à Cidade Baixa e do Pelourinho à Vista Alegre.
“Um caldeirão fervilhando de teatro, dança, música, circo, artes visuais, performance e muito mais. Vai ter arte transbordando por toda parte, para todos os gostos e idades. Inclusive para a criançada, que será agraciada com espetáculos infantis, contemplando até bebês. Mais do que um festival, a temporada de verão do Curto Circuito das Artes será um estrondo na cidade”, afirma Chicco Assis.
Do axé aos clássicos infantis – A primeira apresentação da mostra de espetáculos que convida o público infantil para cantar, dançar e se divertir é o show Baba Yaga, da artista mirim Lilica Rocha. No dia 8 de janeiro, a cantora, compositora e atriz, de apenas 10 anos, promete agitar o Teatro Gregório de Mattos, a partir das 16h, com canções do seu segundo disco, “Baba Yaga – O Futuro é Agora”, além de releituras de clássicos infantis e da Axé Music, como Faraó, Chame Gente e Raiz de Todo Bem.
Ícone na música para os pequenos, Lilica conquistou a atenção de todas as idades, em 2020, ao fazer uma live nas redes sociais tocando Tigresa, de Caetano Veloso, no teclado. Durante a apresentação promovida pelo projeto, ela promete fazer um pré-carnaval, tirando os pés de todo mundo do chão. “Participar do Curto Circuito com o show Baba Yaga me deixa muito feliz e super animada. Tocar em Salvador pra mim é especial, minha terra, ainda mais no verão. Já vamos entrar no clima de carnaval”, antecede Lilica que fará mais 3 apresentações no Curto Circuito ao longo de fevereiro.
Os novos 50 – Quem abre a programação de espetáculos adultos do Curto Circuito no dia 8 de janeiro é a peça teatral “Aos 50 quem me aguenta”, da atriz baiana Edvana Carvalho. A artista sobe ao palco no Espaço Cultural da Barroquinha, às 19h, para encenar textos autorais que tratam sobre a sua experiência enquanto mulher negra, nordestina e professora que ultrapassa a barreira dos 50 anos e lida com os desafios que essas condições impõem à mulher contemporânea.
“Os desafios são muitos porque a nossa sociedade ainda é patriarcal. O homem envelhece e fica mais bonito, a mulher envelhece e vira bruxa. Mas nós, mulheres de 50+, em 2024, não aceitamos mais sermos colocadas em caixinhas. Somos bem diferentes das nossas avós, somos mulheres atuantes no mercado, na vida como um todo, muitas vezes refazendo nossas próprias vidas”, afirma Edvana.
Natural de Salvador, Edvana também é poetisa, escritora e educadora. Em 2024, ela foi um dos grandes destaques de Renascer, última novela das nove da Rede Globo, ao dar vida à personagem Inácia. Agora com o seu trabalho solo “Aos 50 quem me aguenta”, a atriz reforça para as mulheres pretas que as suas histórias são interessantes e podem virar livro, peças teatrais e até mesmo discussões acadêmicas.
“A gente passou uma vida lendo romances em que as mulheres não pareciam com a gente, tanto as que eram destaque nesses romances quanto as que não eram. Agora vivemos num novo tempo, em que escrevemos sobre nós mesmas, sem a tutela de ninguém, e onde outras pessoas poderão enxergar que estamos aqui para sermos felizes como qualquer outro ser humano. A vida não acabou quando criamos nossos filhos ou nos aposentamos, ela está só começando”, reitera a atriz.
Sempre com início às 19h, a peça também será apresentada no dia 10 de janeiro (sexta-feira), no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360°, e no dia 11 (sábado), no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras. Como parte da programação do Curto Circuito, que tem o intuito de fortalecer a conexão entre público e arte de maneira autêntica, serão promovidas atividades formativas associadas aos espetáculos da mostra.
No caso da encenação “Aos 50 quem me aguenta”, será realizada no dia 9 de janeiro (quinta-feira), no Espaço Boca de Brasa Valéria, a “Oficina de interpretação teatral e expressão vocal”. A atividade terá início às 9h, com duração de três horas e 20 vagas disponíveis para atores iniciantes e estudantes de teatro. O objetivo central é desenvolver o repertório e as técnicas necessárias para a criação de personagens, utilizando abordagens práticas e teóricas que combinem improvisação, jogos teatrais e construção da personagem. Também serão explorados textos do teatro nordestino e do negro, além da estética afrobrasileira percussiva.
Diversidade – Com uma variedade de linguagens artísticas para todas as idades, a programação do Curto Circuito das Artes promoverá, ao todo, 57 apresentações gratuitas de música, teatro, dança e circo espalhadas por diferentes bairros de Salvador até fevereiro de 2025. Além do show infantil de Lilica Rocha e da peça “Aos 50 quem me aguenta”, a primeira semana da mostra ainda conta com mais cinco espetáculos.
Os atores baianos Rita Assemany e Marcelo Praddo trazem, respectivamente, as peças “Surf no Caos” e “Vou te Contar”. Enquanto Rita se apresenta no dia 10 de janeiro (sexta-feira), às 19h, no Teatro Gregório de Mattos, com um monólogo que questiona a natureza humana através da perspectiva de Lucy, o primeiro ser humano primitivo, Praddo sobe ao palco no sábado (11), às 16h, no Espaço Boca de Brasa Valéria, com um monólogo dirigido e atuado por ele mesmo. O espetáculo dá voz a pessoas comuns, que não possuem milhões de seguidores ou desfrutar das regalias dos camarotes vips do nosso carnaval, mas que são a pura essência da nossa alma brasileira.
Nos dias 9 e 10 de janeiro (quinta e sexta-feira), às 19h, acontecerá a apresentação do espetáculo “Entrelinhas” no Espaço Cultural da Barroquinha. Direcionado ao público adulto, o espetáculo de dança discute a violência contra a mulher e evidencia como a voz da mulher negra é historicamente silenciada dentro de uma sociedade opressora, machista e de mentalidade escravocrata. A coreógrafa e intérprete Jaqueline Elesbão costura uma narrativa essencialmente visual, quase sem palavras, que apresenta uma série de imagens e referências históricas.
No quesito música, haverá a apresentação do projeto Sibí Dúdú nos dias 11 e 12 de janeiro (sábado e domingo), às 16h. O espetáculo também acontecerá no Espaço Cultural da Barroquinha e busca celebrar a cultura de matriz africana em Salvador através das raízes do samba de roda. Os artistas soteropolitanos que comandam o palco são Nega Duda Sambadeira e a Orquestra de Atabaques do grupo Mãos no Couro.
Ocupando três espaços entre 9 e 15 de janeiro, o espetáculo teatral Museu do que Somos convida o público a experienciar o lugar de curador de uma exposição e construir um museu que exponha não apenas sua memória, mas sobretudo os contextos do vivido e as peças do presente. Com direção e dramaturgia de Luiz Antônio Sena Jr., a obra mistura teatro, performance e museologia e será apresentada no Teatro Gregório de Mattos (9/01, às 16h), Sesi Casa Branca (11 e 12/01, às 19h) e no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras (15/01, às 19h).
Gratuitos, os ingressos para as atrações da mostra serão distribuídos no local, uma hora antes de cada apresentação na bilheteria do teatro. Para mais informações sobre a programação e inscrições das atividades formativas de cada espetáculo, acesse o site da FGM: https://fgm.salvador.ba.gov.br.
SERVIÇO
Curto Circuito das Artes – Mostra de Espetáculos em janeiro (8/01 a 12/01)
Ingressos gratuitos | Distribuição: 1 hora antes de cada apresentação na bilheteria dos espaços culturais
Lilica Rocha no Show Baba Yaga: O futuro é agora (Música – Infantil)
Classificação: Livre
Projeto de difusão do segundo disco de Lilica Rocha. No show teremos canções dos discos de Lilica e grandes sucessos da MPB na voz da artista. Buscamos alcançar crianças e seus responsáveis através da representatividade artística infantil, impulsionados pela importância de projetar um trabalho de qualidade artística e sociopolítica, que é o segundo disco da carreira de Lilica.
Local e data:
Teatro Gregório de Mattos, dia 8/01 (quarta-feira), às 16h
Aos 50 quem me aguenta, com Edvana Carvalho (Teatro – Adulto)
Classificação: 14 anos
“AOS 50 – QUEM ME AGUENTA?” tem como ponto de partida a encenação de textos autorais da atriz Edvana Carvalho, que trata sobre a sua experiência enquanto mulher negra, nordestina, professora, artista, que ultrapassa a barreira dos 50 anos e lida com os desafios que essas condições impõem à mulher contemporânea, que se aventura em sua primeira incursão como escritora, para contar com muita verdade sobre esse universo rico de vivências.
Locais e datas:
Espaço Cultural da Barroquinha, dia 08/01 (quarta – feira), às 19h
Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360°, dia 10/01 (sexta – feira), às 19h
Espaço Boca de Brasa Cajazeiras, dia 11/01 (sábado), às 19hs
Atividades formativas:
Oficina de interpretação teatral e expressão vocal
Espaço Boca de Brasa Valéria, dia 9/01 (quinta-feira), das 9h às 12h30
Duração: 3h
Público alvo: Atores iniciantes e estudantes de teatro
20 vagas
Museu do que Somos (Teatro – adulto)
Classificação: 14 anos
Entre documentos oficiais, narrativas biográficas, movimentos coletivos e vivências performativas, a peça Museu do Que Somos convida o público a experienciar o lugar de curador de uma exposição e construir um museu que exponha não apenas sua memória, mas sobretudo os contextos do vivido e as peças do presente. Com direção e dramaturgia de Luiz Antônio Sena Jr., a obra mistura teatro, performance e museologia criando um ambiente onde o espectador é convocado a se colocar como curador, auxiliando, sugerindo e compondo o Museu do Que Somos. Nesse sentido, discute questões sociais urgentes como a perspectiva de comunidade, a hegemonia das narrativas, as representações afetivas, os impactos do colonialismo e as camadas de registro e exposição a qual temos vivido em meio a digitalização da humanidade.
Locais e datas:
Teatro Gregório de Mattos, dia 09/01 (quinta-feira), às 19h
Sesi Casa Branca, dias 11 e 12/01 (sábado e domingo), às 19h
Espaço Boca de Brasa Cajazeiras, dia 15/01 (quarta-feira), às 19h
Atividade formativa:
Oficina “Eu – documento do Mundo”
Espaço Boca de Brasa Centro: dias 6 e 7/01, de 9h30 à 16h30
Duração: 20h
Público alvo: Público geral a partir de 14 anos
20 vagas
Entrelinhas (Dança – adulto)
Classificação: 18 anos
Num diálogo entre o passado e o presente, o espetáculo discute a violência contra a mulher e evidencia como a voz da mulher negra é historicamente silenciada dentro de uma sociedade opressora, machista e de mentalidade escravocrata – e que, assim, fomenta a violência. A coreógrafa e intérprete Jaqueline Elesbão costura uma narrativa essencialmente visual, quase sem palavras, que apresenta uma série de imagens e referências históricas (símbolos determinantes à existência feminina). Em cena, a artista traz objetos como uma máscara de flandres – usada durante o período de escravidão brasileiro, para impedir que servos ingerissem alimentos e bebidas, e lembrada na imagem da serva Anastácia, submetida a sessões de tortura enquanto o artefato lhe cobria a boca. Alternando-se entre as figuras de vítima e algoz, Elesbão também expõe elementos religiosos e indumentárias femininas, como o sutiã e o salto alto, ícones de liberdade e amarra do corpo da mulher.
Locais e datas:
Espaço Cultural da Barroquinha, dias 09 e 10/01 (quinta e sexta), às 19h
Espaço Boca de Brasa Cajazeiras, dia 17/01 (sexta-feira), às 19h
Atividade formativa:
Oficina Autodireção cênica
Espaço Boca de Brasa Cajazeiras, dia 17/01, das 9h às 12h
Duração: 3h
Público alvo: artistas negros
20 vagas
Surf no Caos, com Rita Assemany (Teatro – adulto)
Classificação: 12 anos
Rita Assemany apresenta “Surf no Caos”, monólogo escrito por Aninha Franco que questiona a natureza humana através da perspectiva de Lucy, o primeiro ser humano primitivo. O espetáculo mistura linguagens artísticas, reflexões sobre existência, liberdade e os caminhos da humanidade,
Local e data:
Teatro Gregório de Matos, dia 10/01 (sexta-feira), às 19h
Bate-papo após apresentações
Vou te Contar, com Marcelo Prado (Teatro – adulto)
Classificação: 12 anos
“Vou Te Contar!” é um monólogo dirigido e atuado por Marcelo Praddo, com textos do jornalista Christian Carvalho Cruz. Em cena 5 personagens populares, habitantes de São Paulo e região metropolitana, mas que poderiam estar em qualquer metrópole brasileira.O espetáculo dá voz a pessoas comuns, que não possuem milhões de seguidores ou desfrutam das regalias dos camarotes vips do nosso carnaval, mas que são a pura essência da nossa alma brasileira.
Locais e datas:
Espaço Boca de Brasa Valéria, dia 11/01 (sábado), às 16h
Teatro Gregório de Mattos, dias 25 e 26/01 (sábado e domingo), às 19h
Atividade formativa:
Oficina de Interpretação e leitura dramática
Espaço Boca de Brasa Valéria, dias 10 e 11/01 (sexta- feira e sábado), das 9h às 12h
Duração: 6h
Público alvo: Atores e atrizes iniciantes
15 vagas