Especialista destaca a relevância das feiras de agricultura familiar para a sustentabilidade e economia local
Belo Horizonte tem se destacado no incentivo à agricultura familiar, promovendo diversas feiras que trazem benefícios significativos para a capital mineira. Entre as principais feiras de agricultura familiar estão a Feira Terra Viva, a Feira de Agricultores Familiares do Mercado Central, a Feira Fresca e a reconhecida Agriminas, que ocorre anualmente no Expominas. Esses eventos proporcionam um espaço onde produtores rurais podem vender diretamente ao consumidor, garantindo a frescura dos alimentos e fortalecendo da economia local.
Bárbara França, especialista em planejamento urbano e ativista ambiental, destaca a importância dessas feiras para Belo Horizonte e Minas Gerais. “As feiras de agricultura familiar são fundamentais para a sustentabilidade urbana. Elas não apenas fornecem alimentos frescos e de qualidade para a população, mas também incentivam a economia local, reduzindo a dependência de grandes redes de distribuição e promovendo a cultura do consumo consciente”, afirma.
A Feira Terra Viva, realizada semanalmente na Praça da Liberdade, é um exemplo de sucesso, oferecendo uma variedade de produtos orgânicos e artesanais. A Feira de Agricultores Familiares do Mercado Central é outra importante iniciativa, conectando consumidores diretamente com produtores, o que garante produtos frescos e de alta qualidade. A Feira Fresca, que ocorre em diversos pontos da cidade, também é destaque, promovendo a alimentação saudável e o apoio aos pequenos agricultores.
A presença dessas feiras em BH não é apenas uma vantagem econômica, mas também uma forma de integração social e cultural. “Esses eventos trazem a comunidade para mais perto dos produtores, criando um vínculo entre o campo e a cidade. Isso é essencial para a conscientização sobre a origem dos alimentos e para o apoio aos pequenos agricultores”, explica a especialista.
Pressões Imobiliárias e a Agricultura Familiar
A agricultura familiar na região metropolitana de Belo Horizonte enfrenta pressões imobiliárias significativas, tanto da mineração quanto das construtoras, que veem o cinturão verde da cidade como uma oportunidade de expansão. Essa pressão ameaça áreas produtivas que são cruciais para a manutenção das feiras e da sustentabilidade alimentar da capital.
A Feira do AUÊ, realizada na UFMG no campus da Pampulha, é um exemplo de resistência e incentivo à agricultura familiar, reforçando a importância desse setor para a cidade. “A Feira do AUÊ é uma iniciativa essencial para apoiar os pequenos produtores e promover a agricultura sustentável em um ambiente urbano. Ela não só proporciona alimentos frescos, mas também educa a população sobre a importância da agricultura familiar”, comenta Bárbara França.
Além de sua função econômica e social, as feiras de agricultura familiar têm um impacto positivo na saúde pública. Produtos frescos e livres de agrotóxicos são uma escolha saudável para os consumidores, que podem encontrar uma variedade de alimentos de alta qualidade. “Promover o consumo de alimentos orgânicos e frescos é promover a saúde da população. E isso tem reflexos diretos na qualidade de vida dos habitantes de BH”, destaca Bárbara França.
Bárbara França reforça propostas significativas para apoiar a agricultura familiar como a manutenção dos bandejões, que são abastecidos por produtos da agricultura familiar. Isso está alinhado com a proposta da cidade de 15 minutos, onde os moradores consomem produtos locais, promovendo uma economia circular e sustentável.
“Essa proposta é essencial para fortalecer a agricultura familiar e garantir a segurança alimentar da população, o que também incentiva práticas agrícolas sustentáveis e apoia os pequenos produtores”, observa Bárbara França.
A agricultura familiar e suas feiras são peças-chave no panorama urbano de Belo Horizonte. Elas promovem uma economia mais justa, um consumo mais consciente e uma alimentação mais saudável, além de fortalecerem a identidade cultural e social da capital mineira. “Iniciativas como essas são essenciais para um desenvolvimento urbano sustentável e para a construção de uma sociedade mais integrada e consciente”, conclui Bárbara França.