SETEMBRO AMARELO: CAMPANHA ALERTA PARA O CRESCENTE NÚMERO DE SUICÍDIOS NO BRASIL .

Com o início de setembro, o Brasil se engaja mais uma vez na campanha do Setembro Amarelo, movimento nacional de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. O cenário nacional é alarmante: segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o 8º lugar no ranking mundial de suicídios, com cerca de 14 mil casos anuais registrados, ou seja, uma média de 38 pessoas tirando a própria vida por dia. A maior parte dessas mortes ocorre entre jovens e adultos na faixa etária de 15 a 29 anos, tornando o suicídio uma das principais causas de morte entre os jovens brasileiros.

A psicóloga Letícia de Oliveira, especialista em saúde mental, destaca a importância de falar abertamente sobre o tema, quebrando tabus e promovendo um ambiente de acolhimento. “Ainda existe muito preconceito em relação à saúde mental no Brasil. Muitas pessoas, por medo de julgamentos ou falta de informação, acabam sofrendo em silêncio. É essencial desmistificar a busca por ajuda psicológica e psiquiátrica. Falar sobre os sentimentos é o primeiro passo para a prevenção”, explica Letícia.

FATORES DE RISCO E PREVENÇÃO
A psicóloga também pontua que o suicídio é multifatorial e pode ser desencadeado por uma combinação de fatores emocionais, sociais e biológicos. “Questões como depressão, transtorno de ansiedade, isolamento social, abuso de substâncias e crises financeiras podem agravar o quadro de vulnerabilidade. No entanto, é importante ressaltar que o suicídio pode ser evitado com o apoio adequado, seja de familiares, amigos ou profissionais da saúde mental”, acrescenta Letícia.

Segundo o Ministério da Saúde, 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, como depressão e ansiedade, e o desafio para os profissionais de saúde é identificar precocemente esses sinais de alerta. A campanha do Setembro Amarelo reforça a necessidade de oferecer suporte e acolhimento, além de conscientizar a população sobre os sinais de alerta, como mudanças drásticas de comportamento, falas recorrentes sobre a morte ou sensação de desespero.

Letícia alerta: “As pessoas próximas àqueles que estão em risco devem ficar atentas a sinais de sofrimento emocional. Comentários como ‘eu não aguento mais’ ou ‘a vida não faz mais sentido’ não devem ser ignorados. O ideal é procurar ajuda imediatamente.”

COMO PROCURAR AJUDA?
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma das principais instituições que oferecem suporte emocional. Por meio de ligações gratuitas e sigilosas, qualquer pessoa pode conversar com um voluntário treinado pelo telefone 188, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. “O trabalho do CVV é fundamental, pois muitas vezes a pessoa em sofrimento só precisa de alguém para escutar sem julgamentos”, afirma Letícia.

Além do CVV, o acesso a tratamentos psicológicos e psiquiátricos deve ser facilitado. “É essencial que as políticas públicas de saúde ampliem o acesso à saúde mental, principalmente nas áreas mais carentes. Precisamos promover uma cultura de empatia e acolhimento, onde todos se sintam seguros para buscar ajuda”, finaliza a psicóloga.

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